sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Introdução de Novos Alimentos

Não há dúvida de que o melhor alimento, nos primeiros meses de vida, é o leite materno exclusivo.

No entanto, estudos sugerem que quando a introdução de alimentos sólidos é iniciada muito tardiamente, este atraso pode favorecer o surgimento de alergias alimentares ou inalatórias.

Portanto, é importante garantir que a criança receba o leite materno ou, caso isso não seja possivel, uma fórmula adequada nos primeiros meses de vida. Mas é importante lembrar que chega uma idade (entre 4 e 6 meses - dependendo do leite que a criança está tomando e outros fatores que variam caso a caso) em que outros alimentos devem ser oferecidos para promover, não só uma alimentação bem balanceada e completa, como também garantir uma prevenção à saúde geral e, quem sabe, diminuir o risco de surgimento de alergias.

Fonte: Published online December 7, 2009PEDIATRICS Vol. 125 No. 1 January 2010, pp. 50-59

sábado, 10 de outubro de 2009

Seu filho ronca?

Existem várias causas para o ronco noturno tanto agudo e temporário quanto crônico. A presença ou ausência de ronco noturno é um dado importante na avaliação pediátrica.

Estudos têm demonstrado uma associação entre ronco noturno crônico e hipertensão arterial. Essa associação pode estar presente até mesmo em casos de ronco noturno sem apnéia (quando criança pára de respirar), hipoventilação, queda de oxigênio ou distúrbio do sono. Esse achado sugere que o ronco noturno na infância pode aumentar o risco de se desenvolver hipertensão arterial significativa durante a vida adulta, caso persista o ronco.

Outros estudos mostram uma associação entre ronco noturno e alteração de oxigenação, pior aproveitamento acadêmico em crianças primárias e também alterações neurológicas.

Alguns casos de ronco são temporários, como o ronco nasal causado por secreção nasal durante um resfriado ou uma gripe. No entanto, se seu filho ronca cronicamente à noite e/ou apresenta respiração bucal durante o dia e a noite é importante discutir isso com seu pediatra!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Conversando com nossas crianças...


Um estudo americano publicado hoje fala da importância de conversarmos com as crianças para favorecer um bom desenvolvimento de linguagem. Estudaram o quanto os adultos falavam ao longo do dia, o quanto de televisão à qual a criança era exposta ao longo do dia e o quanto os adultos da casa falavam com a criança - interagindo com ela como em um diálogo (com ou sem resposta verbal da criança).

Concluiram que a televisão e a fala adulta (ao falar com outros, ler ou contar histórias), como fatores independentes, não são determinantes ao desenvolvimento da linguagem. O fator independente mais significante é o diálogo entre adultos e crianças.

Portanto, reforça-se a importância de conversarmos com as crianças. Se já estão falando, interaja com a criança. Se a criança ainda não usa palavras para se expressar, converse com ela e, interpretando a fala não verbal dela, tente estabelecer um diálogo onde você usa palavras, mesmo que ela use gestos.

Fonte: Published online June 29, 2009PEDIATRICS Vol. 124 No. 1 July 2009, pp. 342-349 (doi:10.1542/10.1542/peds.2008-2267)

sábado, 20 de junho de 2009

Segurança na Internet


As mídias de comunicação - como celular, Facebook, Orkut, MySpace, email, Mensagens Instantâneas (como MSN, gTalk, etc) - têm crescido muito nos últimos anos. Através da tecnologia digital, adolescentes e pré-adolescentes de hoje estão conectados uns aos outros e ao mundo de uma forma que seus pais e avós nem seriam capazes de imaginar quando tinham a mesma idade.

Muitas vezes as habilidades tecnológicas dos adolescentes superam as de seus pais, mas é importante lembrar que a imaturidade e inexperiência os torna vulneráveis.

A Academia Americana de Pediatria oferece algumas dicas de como conversar com crianças e adolescentes sobre esses assuntos. Veja o artigo original em: http://www.aap.org/advocacy/releases/june09socialmedia.htm

Abaixo se encontra um resumo (traduzido) do artigo:

1. Aprenda a usar essa tecnologia. Tenha acesso e "adicione" seus filhos, permitindo que os monitore quando estão online.

2. Deixe claro que o conhecimento e bom uso de tecnologia é algo importante para aprenderem.

3. Sempre pergunte se usaram o computador e a internet, sobre o que falaram em seus Facebooks, Orkut, etc.

4. Mantenha o computador em um local "público" em sua casa para que possa monitorar o que seus filhos estão fazendo online e quanto tempo gastam com o computador.

5. Com crianças mais novas, ofereça para fazer com elas, ver os textos que escrevem, participar com elas... Com adolescentes diga que gostaria de ver seus perfis e o que escrevem (em blogs, Facebook, etc).

6. Enfatize - independente da idade - que tudo que é enviado via Internet ou telefone celular pode ser compartilhado em todo o mundo então é importante ter cuidado ao enviar mensagens e fotos.

7. Para aumentar a segurança, peça que seu filho te mostre onde fica o ítem "segurança" ou como limitar acesso aos meios de comunicação que utilizam. Quando mais seguro e restrito, menor a probabilidade de seu filho receber material inapropriado.

8. Estabeleça a regra de que você estará nos locais (online) que seu filho frequenta (Orkut, Facebook, IM, etc) e que seu filho deve te adicionar em todos esses meios.

9. Deixe claro para seu filho que você sabe utilizar o que ele utiliza na internet e está disposto a aprender o que ainda não sabe.

domingo, 14 de junho de 2009

Cabeças "tortas"


"Mude a posição do bebê senão a cabecinha vai ficar torta!" Muitos pais têm me perguntado, à alta da maternidade, se essa recomendação está correta.

A Academia Americana de Pediatria relata um aumento no número de crianças com deformidades cranianas "posicionais". Essas deformidades geralmente se resumem em uma região mais plana na parte posterior ou lateral da cabeça. Elas podem se desenvolver quando a cabeça do bebê sempre se apoia no mesmo local, como berço, assento de carro ou carrinho de bebê.

Apesar do risco aumentado para deformidade craniana, o bebê não deve ser colocado para dormir de barriguinha para baixo pois há uma associação com síndrome da morte súbita em recém nascido.

No entanto, um tempo "brincando" com o bebê de barriguinha para baixo (enquanto acordado) é sempre interessante para fortalecer a musculatura de membros superiores e coluna torácica e cervical.

Então como prevenir deformidades cranianas?

Varie a posição na qual seu filho é colocado para dormir. Uma vez com o rostinho virado para a direita, da próxima vez com o rostinho virado para a esquerda. E siga alternando o lado para o qual o rosto fica virado quando o bebê está dormindo.

Modifique a posição do berço no quarto ou de enfeites e móbiles no berço para que o bebê tenha que virar de forma a ver coisas diferentes ao seu redor. Assim ele terá estímulo para virar o rosto em mais de uma direção.

Limite o tempo que o bebê fica em bebê conforto e outros assentos como balanços ou carrinhos para evitar que permaneça muito tempo em locais onde fica com apoio na região posterior do crânio.

Fonte: Academia Americana de Pediatria - 2003

terça-feira, 9 de junho de 2009

Registrando memórias...


Um amigo disse uma vez que não é que a vida passa rápido... é que ela é curta mesmo.

As crianças crescem rápido e ficamos sempre com aquele gostinho de "quero mais". É gostoso poder guardar algum registro dessa fase tão gostosa e tão curta que é a infância.

Como você "registra" as memórias do seu filho? Seguem algumas sugestões:

* Diário (escrito, no computador, através de blog...)

* Guardar (e completar) agendas escolares

* Colecionar os trabalhinhos feitos em casa e na escola e encadernar a cada trimestre ou semestre de forma a fazer "livros" de artes

* Fotografias impressas

* Fotografias digitais em forma de "clip" - gravando uma seleção de fotos com música

* Álbuns tipo scrap ou convencionais

* Filmes

* Painel ou parede da casa dedicados a fotos e/ou trabalhos artísticos das crianças

Mais alguma sugestão?

Para os que não têm tempo ou falta criatividade, existem pessoas que ajudam a "compilar" ou organizar o material que você quer guardar (como fotos, textos ou trabalhos manuais). Para os que tiverem interesse, vejam esse link: http://keepamemory.blogspot.com/

E você? Como tem registrado as memórias do seu filho?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Vacinação



Algumas pessoas pediram para abordarmos, no blog, a questão das vacinas.

A verdade é que vacinação é uma questão que está sempre em evolução. Existem várias vacinas em processo de pesquisa (ainda não disponíveis) como a vacina para dengue. Existem vacinas que estão disponíveis hoje apenas na rede particular, mas com perspectiva de inclusão na rede pública. Para uma mesma patologia, às vezes temos vacinas diferentes na rede pública e particular (com variação em relação à cobertura e/ou efeitos adversos).

O calendário público não é o mesmo em todos os estados do Brasil, nem tampouco no mundo. Algumas vacinas, como febre amarela e BCG (contra tuberculose), não são dadas em alguns países desenvolvidos do hemisfério norte.

Quando há atraso vacinal (por doença, retenção em hospital, prematuridade, esquecimento, uso de corticóides sistêmicos por tempo prolongado, uso de imunoglobulina, etc) todo o calendário deve ser modificado e organizado de forma a oferecer à criança as vacinas necessárias com o intervalo adequado entre elas.

O cartão de vacinas deve ser levado em toda consulta ao pediatra e é nesse momento que serão indicadas as próximas vacinas. Mesmo após 2 anos de idade (inclusive durante a adolescência), a criança deve ir ao pediatra para consulta de rotina, puericultura e profilaxia a cada 6 meses ou, no máximo, a cada ano. Nesse momento pode-se discutir quais vacinas deverá tomar, quais novas vacinas estão disponíveis e se, nessa idade, a criança pode ter acesso a essas vacinas, etc.

O calendário vacinal recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, em 2009, encontra-se abaixo. Mas ressaltamos que algumas crianças poderão receber vacinas em idades diferentes dessa, caso haja indicação do pediatra. Além disso, as vacinas podem ser combinadas e, desta forma, o nome descrito no cartão de vacinas não é o mesmo do que lerão no calendário abaixo. Para saber as recomendações em relação a vacinas combinadas (mais de uma vacina em uma mesma injeção), diferença entre as disponíveis no sistema público e privado e qual é mais indicada para seu filho, converse com seu pediatra!

Recém nascido - BCG e Hepatite B
1 mês - Hepatite B (poderá também ser dada com 2 meses de idade)
2 meses - Hepatite B + Hib + DTPa/DTP + Rotavirus + Pneumocócica 7-valente + contra Poliomielite (idealmente VIP)
3 meses - Meningocócica C
4 meses - Hib + DTPa/DTP + Rotavirus + Penumocócica 7-valente + Poliomielite (ideal VIP)
5 meses - Meningocócica C
6 meses - Hepatite B + Hib + DTPa/DTP + Rotavirus + Pneumocócica 7-valente + contra Poliomielite + Gripe
7 meses - Gripe (2a dose)
9 meses - Febre Amarela
12 meses - Meningocócica C + Varicela + Triplice Viral + Hepatite A
15 meses - DTP/DTPa + Hib + Poliomielite + Pneumocócica
18 meses - Hepatite A (2a dose)
4 a 6 anos - DPT/DTPa + Poliomielite + Triplice viral + Varicela
9 a 10 anos - HPV (em 3 doses, primordialmente para meninas, mas a recomendação provavelmente se extenderá a meninos)
14 a 20 anos - dTpa

Reforço, mais uma vez, a importância de discutir cada criança com o pediatra e individualizar o atendimento. As recomendações gerais são exatemente isso, recomendações generalizadas. Seu filho é único e merece atendimento individualizado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Teste da Orelhinha



A triagem auditiva, carinhosamente apelidada de “Teste da Orelhinha” é um exame simples, indolor e rápido. O objetivo do exame é detectar perda auditiva congênita que é tido como o defeito congênito mais freqüente ao nascimento. Portanto, a chance do teste da orelhinha ser positivo é muito maior que um resultado positivo no teste do pezinho (para qualquer uma das doenças testadas).

Além dos defeitos congênitos, existem perdas progressivas ou agudas que podem ocorrer nos primeiros meses de vida e devem ser detectados e tratados precocemente.

A justificativa pela triagem neonatal, ao invés de aguardar idades mais avançadas, é que pode haver uma perda de algumas freqüências, não impedindo que o bebê reaja a alguns sons (o que pode dar uma impressão de audição normal), mas que o impeça de ouvir aos decibéis utilizados na linguagem oral.

Quando a perda auditiva é detectada e a intervenção ocorre antes dos seis meses de idade, o desenvolvimento da linguagem da criança é comparável ao de crianças com audição normal.

Quando a perda não é diagnosticada por meio de triagens (como o teste da orelhinha), geralmente o diagnóstico (feito através de suspeita e confirmação por parte de familiares, professores e pediatras) é entre 14 meses e 3 anos de idade. Nessa fase já houve comprometimento de estruturas neuronais necessárias ao desenvolvimento de linguagem, aquisição de linguagem verbal, socialização, vocabulário de tamanho adequado para idade, compreensão de leitura em idades mais avançadas, etc.

A triagem deve ser feita idealmente entre 7 e 30 dias de vida, mas sempre antes dos 3 meses de idade para que o tratamento possa ser feito no máximo aos 6 meses. Idealmente todo recém nascido faria o teste da orelhinha, mas alguns estão com risco maior para perda auditiva e devem ser priorizados.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quando ter um outro filho?



Houve uma mudança de paradigmas em relação à constituição e planejamento familiar ao longo das últimas décadas. Os casais têm tido filhos mais tarde, após terem feito investimentos pessoais e profissionais e têm tido menos filhos. O filho único tem se tornado cada vez mais comum em todas as classes sociais.

A primeira pergunta que um casal se faz é de ter ou não filhos. Optando por tê-los passam a questionar se terão, ou não, mais de um.

É muito comum, ao longo dos primeiros meses de vida do primeiro filho, os casais me dizerem (com toda convicção) que não terão, de forma alguma, outros filhos. Um basta.

Essa fase é de tão intenso envolvimento com o bebê, de tanta paixão mútua, de tanta dependência que não só não vêem como seria possível cuidar de outro, mas têm dificuldade de imaginar dividir tão intenso amor com outro filho. Há um sentimento de que não terão como oferecer a um segundo ou terceiro filho todo o amor que puderam dar ao primeiro por ser único.

Por outro lado, o encantamento com esse bebê delicioso trás também a certeza de que essa fase não dura para sempre e um gostinho de “quero mais” faz com que surja um desejo por ter outros.

Muitos perguntam (e foi um dos temas solicitados por leitores do blog e pacientes) qual a diferença de idade ideal entre filhos.

Depende... Não existe resposta certa para essa pergunta. O que pode existir é a resposta certa para você. É importante avaliar qual a sua disponibilidade de tempo, de dinheiro, de licença maternidade e/ou paternidade, de energia para lidar com cada fase da vida de uma criança, de flexibilidade para lidar com diferentes demandas e idades...

O primeiro ano de vida de uma criança exige uma dedicação mais intensa. O bebê é muito dependente e o vínculo afetivo, principalmente com a mãe, é bastante intenso.

O segundo ano de vida é marcado pelo negativismo. É o ano em que há maior demanda em disciplinar e educar, ensinar limites, repetir milhares de vezes até que a criança assimile conceitos básicos de cuidados e interação. É também um ano de intensa atividade física e a criança tem que ser monitorada constantemente, pois ainda não tem noção de perigo relativo a alturas, queimadura, etc.

No segundo ano a criança já passa a se interessar por outras crianças e bebês e passa a querer interagir com o outro. Pode imitar e tentar “alcançar” e interagir com crianças mais velhas como pode “regredir” na tentativa de imitar e conquistar espaço como as mais novas.

A partir do terceiro ano de vida a linguagem está um pouco mais sedimentada, a criança já está menos “negativa” e já quer imitar e conquistar mais os adultos que a rodeiam. Nessa fase a criança já tem uma maior facilidade e maior prazer em interagir com outras crianças e já começa a ter maior independência para realizar pequenas tarefas como ir ao banheiro, lavar as mãos, começar a tirar e colocar roupas, se alimentar sozinho, etc.

A partir dessa fase e já entrando na fase escolar e de adolescência, a dinâmica da relação entre pais e filhos muda um pouco saindo de um investimento de muita energia física (para ensinar a andar, correr, subir, pular...) para um investimento maior em diálogo e crescimento cognitivo e social.

Criar filhos com uma diferença de idade menor que 18 meses (1 ano e meio) é, de certa forma, como criar gêmeos. Tem suas recompensas (como se livrar das fraldas duplamente em um período relativamente mais curto na vida dos pais) e suas dificuldades (há uma fase de intensa demanda que pode ser fisicamente desgastante para as famílias e cuidadores).

Alguns pais optam por uma diferença de idade pequena com a esperança de os filhos serem, por isso, mais amigos e brincarem bem juntos. Uma diferença pequena facilita na hora de fazer programas familiares, passeios, brincadeiras, etc. No entanto, não deve ser a única motivação já que não há garantia de afinidade e a diferença de idade maior pode gerar um relacionamento próximo entre irmãos quando bem trabalhada. O irmão mais velho pode sentir que o bebê é “dele” e curtir ver o irmão mais novo desenvolver e aprender. Passa a ser um herói e pode se orgulhar disso.

Há, para algumas famílias, uma preocupação em espaçar os filhos devido aos custos (que muitos consideram maiores nos primeiros anos de vida) de criar filhos. Além do custo financeiro há a demanda de tempo e dedicação que cada filho demanda.

Essas são algumas das considerações que podem ser feitas e as únicas pessoas que são capazes de concluir, com algum acerto, qual o tempo certo são as pessoas que serão responsáveis por essas crianças.

Ao pensar em um segundo filho, os pais devem decidir o “quando” baseado mais em suas capacidades financeiras, profissionais, de energia para cuidar e brincar e educar, de tolerância com as dificuldades inerentes à disciplina, de tempo...

Não há resposta mágica!

Sugestão de Literatura: Touchpoints - T. Berry Brazelton

domingo, 24 de maio de 2009

Como transportar seu bebê com segurança?



Há consenso de que a melhor forma de transportar bebês seja em cadeiras próprias ou bebê conforto. Estudos mostram que, quando usados corretamente, esses recursos reduzem fatalidades em até 71%.A maneira correta de posicionar o bebê conforto ou cadeirinha no carro até o fim do primeiro ano de vida é virada para trás, com o bebê olhando em direção ao encosto do assento do banco do passageiro. O bebê conforto deve ser preso ao carro com o cinto de segurança. Cada cadeirinha ou bebê conforto tem os locais adequados para encaixar e fixar o cinto do carro.

O bebê deve ser colocado corretamente, com as costas e nádegas encostando-se às costas do assento. Os cintos da cadeirinha ou bebê conforto devem ser fixos e retesados. Quando há "clip" entre os cintos que passam por cima dos ombros do bebê, este deve ser posicionado à altura do peito (não do abdome ou pescoço). Os assentos que possuem ajuste de altura para os cintos são melhores. Idealmente, os cintos saem à altura ou um pouco abaixo dos ombros do bebê. A parte inferior do cinto deve ter distância curta para evitar que o bebê (principalmente os recém nascidos de baixo peso e prematuros) escorregue por baixo do cinto. Uma opção é colocar uma pequena fralda ou manta abaixo das nádegas do bebê para reduzir essa distância.

Os assentos devem ser colocados com um ângulo de aproximadamente 45o de forma que o bebê fique ligeiramente reclinado. Se o assento do carro possuir inclinação que interfira com o ângulo do assento do bebê, uma toalha ou manta pode ser usada abaixo do assento do bebê para adequar o ângulo. O assento de bebê nunca deve ser usado onde há airbag, pois há risco de morte ou lesão grave por causa do impacto do airbag. O lugar mais seguro para o bebê é no banco traseiro.

Estudos mostram a segurança de assentos de carro e bebês conforto em bebês prematuros e de baixo peso, inclusive com peso de aproximadamente 1,5kg. É importante, no entanto, verificar qual o peso que o fabricante do assento especifica para cada modelo. Deve se manter em mente que, apesar de reduzir o risco de impacto e tensão e flexão cervical, os bebês prematuros e baixo peso possuem hipotonia relativa e há um risco de obstrução de vias aéreas quando permanecem na posição semi-reclinada exigida pelos assentos de carro.

Em casos de risco (prematuridade, baixo peso, alteração cardíaca, etc) é interessante conversar com o pediatra antes da alta hospitalar e, caso haja risco, fazer um teste ainda dentro do hospital antes da alta. Alguns autores recomendam que bebês que saem de CTI neonatal sejam monitorados por 1 a 2 horas sentados em seu próprio assento de carro antes de receberem alta. Esse tipo de avaliação (de oxigenação) antes da alta não se aplica a bebês com mais de 2kg e sem prematuridade ou hipotonia por variadas causas. Esses bebês, durante esse período de imaturidade, também estão em risco quando colocados em cadeirinhas de carrinhos, carregadores (tipo mochila ou sling), balanços, etc. É importante lembrar que, mesmo que o bebê nasça prematuro, na medida em que ganha peso e maturidade esse risco passa a ser o mesmo de crianças nascidas a termo.
Quando a cabecinha do bebê - sendo prematuro ou não - está "solta" e o pescoço pende para um ou outro lado é importante firmar o bebê nas laterais do assento. Alguns assentos já vêm, de fábrica, com ajustes para firmar a cabeça e as laterais. Geralmente são ajustes temporários que podem ser retirados à medida que o bebê cresce. Caso o assento não possua tais ajustes, podem ser usadas fraldas ou mantas enroladas de forma a fazer um apoio lateral (semelhante aos "rolinhos" colocados no berço para evitar que o bebê role e mantê-lo fixo na posição lateral).

Alguns estudos sugerem que pode haver piora de algumas condições clínicas (como respiração em prematuros e refluxo em recém nascidos) quando as crianças permanecem por longos períodos no bebê conforto. Sugere-se então que o bebê conforto e assento de carro sejam usados primordialmente para transporte e apenas durante o período necessário ao transporte.

Outras informações em: http://www.criancasegura.org.br/guia_cadeirinha.asp

Fonte: Pediatrics número 123, Maio 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Disciplina em Pré-Escolares



Não é possível, em uma postagem, abordar com profundidade a questão da disciplina. A verdade é que poderíamos dedicar todo um blog, volumes e volumes de livros e horas (anos) de conversas e não esgotaríamos o assunto.

Brazelton fala que, fora o amor, a disciplina é o segundo presente mais importante que um pai dá a um filho. Mas o amor parece simples de dar enquanto a disciplina gera inúmeras perguntas complexas.

Os pais querem filhos bem comportados, mas não querem privá-los de sua criatividade, bom humor, exploração... Queremos crianças que entendam que limites existem, mas que têm a autoconfiança e motivação para se superar a cada dia.

Um limite nada mais é que um marco que não se consegue ou não pode ultrapassar. Superar a limitação de falta de mobilidade e aprender a andar é aplaudido com palmas e essa conquista é contada com orgulho por pais e familiares. Já ultrapassar a porta do banheiro e enfiar a mão no vaso, subir no banquinho e tentar subir na mesa, tentar “escalar” o berço e sair de dentro dele sozinho… esses são limites que não queremos que a criança “supere”.

Não é fácil para a criança (que está assimilando tantas novas informações) entender que tem algumas coisas que queremos que ela conquiste, enquanto tem limites que não podem ser ultrapassados.

Entender que limites devem ser instituídos não é a dificuldade. A maior parte dos pais, cuidadores e professores reconhece que limites são importantes e que devem ser implementados. A dificuldade está em definir e manter limites com consistência e eficiência. Não é uma tarefa fácil.

Um conceito importante é entender que disciplina e punição não são sinônimas. Disciplinar é ENSINAR. O objetivo é ensinar à criança até que ela consiga alcançar a autodisciplina. No entanto, é importante lembrar que isso não se alcança de uma vez! É um longo processo e educar, ensinar e disciplinar implica em repetir, repetir e repetir...

É com quem amamos mais e temos mais certeza de amor e segurança que temos coragem de testar nossos limites. O ambiente do lar, com os pais e a segurança do conhecido, é o local onde a criança mais testa seus limites e tem comportamento de "provocação".

Para que a criança entenda que o não é NÃO, ela tem que estar certa da sua segurança em instituir o não. Se um limite é bem definido e você tem certeza e segurança daquele limite, o seu filho vai entender que aquele limite é real. Se você variar, demonstrar insegurança, tiver dúvidas no limite, seu filho vai perceber sua incerteza e irá ter mais dificuldade de respeitar o limite.

Talvez a coisa mais importante no estabelecer limites seja de escolher suas "batalhas". Não diga não para tudo. Guarde energia e esforço para as coisas que realmente são importantes. Mas uma vez dito não, o não deve ser não. Quando mudamos de postura, mostramos incerteza ou desistimos de um limite à criança recebe uma mensagem de dúvida e não consegue assimilar o limite.

Aprender um limite - que é um dos objetivos da disciplina e autodisciplina - passa por algumas etapas. Primeiro a criança "testa" os limites explorando o ambiente onde ela vive. Uma vez recebe uma reação (desaprovação, não, remoção física do local, etc) ela passa a brincar com o limite e "testar" os cuidadores. Ela brinca com o limite com o intuito de gerar uma reação por parte do adulto e assim ela consegue compreender melhor o que pode ou não fazer. Só depois de passar por esse período de teste a pessoa é capaz de internalizar o limite e, sendo assim, se auto-regular de forma a respeitar o limite imposto.

Muitas vezes pais e cuidadores não compreendem o processo e acham que a criança está os "desafiando" com rebeldia. A verdade é que é necessário ter paciência e tolerância. Repetir... Repetir... Repetir.

Há muita preocupação com relação a excesso de liberdade ou excesso de rigidez. É importante colocarmos limites, mas é também essencial que a criança não seja "quebrada". Devemos nos preocupar e considerar que pode estar havendo excesso de rigidez, quando uma criança é excessivamente quieta e tem medo de expressar seus sentimentos, quando há muita sensibilidade a críticas, quando a criança não o testa como seria o usual para a idade dela, quando a criança não tem senso de humor ou alegria, quando a criança passa grande parte do tempo irritada ou ansiosa, quando há sinais de pressão e/ou opressão em outras áreas (sono, alimentação) ou começa a apresentar sintomas de regressão ou quando a criança está excessivamente agressiva.

Não tem receita de bolo para educar e disciplinar. Mas é importante lembrar de respeitar e compreender a fase de desenvolvimento que a criança se encontra nela - não se pode exigir mais do que a criança é capaz de fazer. É importante respeitar o temperamento da criança - crianças diferentes respondem de forma diferente. Seja um exemplo. Quando seu filho está com outras crianças dê espaço para que, dentro de um limite razoável, elas resolvam os conflitos entre si. Seja firme. Se necessitar conter a criança para que pare com um comportamento que considera inaceitável, seja firme e tenha convicção (por exemplo ao segurar a mãozinha para evitar que dê tapas em colegas ou em você). Ao término, explique novamente porque o disciplinou e, na medida em que a criança cresce, peça a ela que repita e te explique o que ela fez de errado. Lembre de dizer sempre que o ama... Aos poucos ele passa a compreender o limite como prova desse amor.

E, finalmente, lembre de reforçar e estimular todo comportamento positivo e toda vez que a criança conseguir se autodisciplinar e limitar uma ação que ela sabe ser errada.

Sugestão de Leitura: Touchpoints - T. Berry Brazelton

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Anemia? Mas ele come tão direitinho...


Ao contrário do que muita gente pensa, a anemia não é uma doença incomum nas crianças... nem mesmo nas bem nutridas.

Estudos têm demonstrado que a anemia em crianças vem aumentando significativamente ao longo dos anos.

Existem diferentes tipos de anemia. Algumas são genéticas como a talassemia, a anemia falciforme (podendo, em alguns casos, ser identificada através do teste do pezinho). Algumas são devido à deficiência de vitaminas (como ácido fólico) ou ferro.

Aqui abordaremos apenas a anemia por deficiência de ferro. Sabemos que a deficiência de ferro que progressivamente acarreta em anemia, é responsável por comprometimento da imunidade, da atenção, de habilidades cognitivas e alguns estudos sugerem até que esteja associada a sintomas respiratórios como obstrução nasal crônica.

Aquele ferro profilático a ser dado todos os dias tem um grande valor na vida do seu filho menor de 2 anos!

Algumas dicas na administração do ferro:

Se não houver uma boa tolerância, comece com uma gota e aumente progressivamente até a dose prescrita;

Não pingue diretamente na boca. Coloque em uma colherinha ou puxe as gotinhas com uma seringa (de 1 ou 3ml);

Se estiver em amamentação exclusiva com leite materno pode misturar com um pouco do leite materno;

Se estiver em uso de fórmulas, o ferro não pode ser misturado com o leite e deve ser dado longe do horário da mamada;

Se já foi iniciado na dieta os sucos e/ou frutas (entre 4 e 6 meses de idade), pode misturar o ferro na papa de fruta ou suco. No entanto, não misture no volume total de fruta ou suco a ser dado à criança, pois se ela não comer tudo, não saberemos qual a dosagem de ferro que foi dada. Misture em uma pequena quantidade que será oferecida inicialmente. Uma vez que a criança ingeriu todo o ferro pode oferecer o restante da fruta/suco;

Dê o ferro antes do banho ou com um bom babador pois quando a criança regurgita o ferro pode manchar as roupas;

Tenha um lugar para marcar se o ferro foi ou não dado naquele dia para evitar esquecimentos.

sábado, 16 de maio de 2009

Compartilhar Brinquedos


Para crianças pré escolares as coisas dela são uma extensão dela mesma. A casa, os brinquedos, a mãe, a babá, as roupas... todas essas coisas a criança percebe como dela. Compartilhar algo que é seu com uma outra criança é como emprestar parte de si. Muitas vezes o sentimento da criança é de que está entregando ao outro um pedaço de si mesmo e, ao correr o risco de não recebê-lo de volta, há um medo de permanecer "incompleto".

Essa idade costuma ter muita dificuldade de dividir e compartilhar brinquedos. Quando for receber visitas ou crianças forem brincar juntas com brinquedos de uma ou outra, uma dica é conversar de antemão com a criança que é "dona" dos brinquedos e combinar de guardar e esconder os brinquedos que ela acha mais difícil dividir. Esses brinquedos especiais ficarão guardados durante a visita de forma que ninguém brincará com eles. Os outros serão compartilhados com a(s) criança(s) que brincarão com ela.

Desta forma, o compartilhar pode ficar mais fácil se a criança não se sente obrigada a compartilhar tudo. Ao ser dada a escolha (no sentido de dar a ela o direito de escolher o que está disposta a dividir) para a criança, ela passa a sentir responsável também pelo compartilhar e dividir.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Febre

A febre não é uma doença. É um sinal de alerta que vem acompanhada de toda uma “batalha” travada pelo nosso sistema imunológico de defesa. Com o aumento da temperatura, há uma resposta do corpo facilitando e potencializando a ação de nosso sistema imunológico. Sendo assim, a febre é, além de sinal de alerta, uma das formas do corpo reagir à agressão por agentes infecciosos (como vírus e bactérias).

No entanto, a febre causa desconforto e, quando muito elevada, o “custo” da febre para o corpo pode ser maior que os “benefícios” que ela traz no combate à infecção. Por isso, medicamos as febres.

Classificamos como febre as temperaturas acima de 37,8°C ou, segundo alguns autores, 38°C. Temperaturas abaixo disso (como 37,5°C) não correspondem a febre, mas podem cursar com mal estar, incômodo e merecerem medicação para alívio desses sintomas, mesmo que o medicamento não abaixe a temperatura.

O objetivo do tratamento da febre não é de abaixar a temperatura até 36,5 ou 37, como é a expectativa de muitas famílias. O objetivo é manter a temperatura e os sintomas em um nível de conforto. Se, após ser medicado, o seu filho mantiver uma temperatura em torno de 37,5 a 38, mas houver melhora do mal estar e desconforto que estava sentido antes, então o objetivo do antitérmico foi alcançado.

Em algumas situações, a febre deve ser abordada com mais cuidado. Em caso de febre acima de 39°C, aumentos rápidos de temperatura, febre em pacientes que apresentam outras doenças como diabetes, cardiopatias e pneumopatias, lactentes e crianças com história familiar ou pessoal de convulsão febril, etc.

A febre é um sinal de alerta e, como tal, deve ser valorizada. No entanto, são muitas as doenças que cursam com febre. Por isso, cada caso é um caso e a conduta deve ser sempre individualizada.

Sempre que seu filho tiver febre siga os seguintes passos:

1) Medique e garanta o conforto sintomático do seu filho;
2) Anote em um papel a “curva térmica” (horários, temperatura e se foi ou não medicado, com qual medicamento e qual a dose)
3) Entre em contato com o pediatra para discutir quando seu filho deverá passar por uma avaliação clínica e, se são necessárias, outras medidas e/ou exames.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

sábado, 18 de abril de 2009

Guerra da Comida...


"Dra. Amarilis, meu filho realmente parou de comer nossa comida, nem a do nosso prato, ele quer. Resolvi ontem a noite fazer angu com couve e ele comeu. A impressão que tive é que ele não quer mastigar e sim comer coisas de fácil ingestão. Repeti hj no almoço e ele tb almoçou bem. Pode ser issso? Qual atitude devo tomar?"


Uma coisa importante de manter em mente é que são duas "batalhas" na tão comum "guerra da comida".

1a batalha: Se a criança vai ou não comer.

Essa não adianta tentar que quem vence, no final, é sempre a criança. Para ganhar da criança que se recusa a comer, só se fosse alimentá-la a força - e isso não vamos fazer. Primeiro porque queremos que a refeição seja agradável, interessante, estimulante... e não que seja um castigo ou uma invasão. Em segundo lugar porque, de fato, não se justifica violentar uma criança para garantir ingestão alimentar. E forçar a comer é, de certa forma, uma violência. Essa decisão - de se entra ou não a comida dentro da boca - pode ser da criança.

2a batalha: O que a criança irá comer.

Essa já dá para lutar - e ganhar. Tem uma idade que come "qualquer coisa", mas logo começam a conhecer alguns gostos e reconhecer os alimentos que mais gostam. Quando isso ocorre, começam a escolher o que querem comer. Viver à base de leite e Danoninho pode até ser suficiente para suprir as necessidades energéticas (calóricas) da criança, mas não garantem uma alimentação nutricionalmente adequada.

O que podemos - e devemos - fazer é dar à criança o direito de recusar a comida se ela não quiser comer. Dar à criança o direito de escolher entre alguns alimentos (por exemplo... quer banana? maçã? laranja?) a cada horário de refeição também é interessante - assim a criança sente que tem algum direito de escolha. Mas essa escolha não é do tipo "questão aberta". Ao invés de perguntar, "O que quer comer?" e correr o risco da resposta ser sempre "Danoninho! Chips! Chocolate! Biscoito!", deve-se formular a pergunta como "multipla escolha". Quer isso ou aquilo? E nessas opções inclua o que há de saudável na refeição familiar.

São poucas as crianças que no segundo ano de vida fazem todas as refeições balanceadas. O que buscamos é um equilíbrio alimentar ao longo do dia e da semana. Devem ingerir frutas, verduras, legumes, carnes, leguminosas... Mas não necessariamente farão isso em todas as refeições. Às vezes é frustrante fazer "comidinha especial" para essa idade pois corre-se o risco de naquela refeição a criança não comer nada.

Algumas regras de ouro:

1. Não force a criança a comer.

2. Se não comer naquela refeição, quando queixar fome, tente novamente a comidinha ou a próxima refeição que a criança teria (por exemplo, uma criança que não almoçou e uma ou duas horas depois quer comer pode almoçar a comidinha ou pode comer uma fruta).

3. Não substitua a refeição por guloseimas ou por mamadeira.

4. Substitua a mamadeira por copo, principalmente ao longo do dia.

5. Não desista. Só porque a criança recusou um alimento hoje não significa que não gosta ou nunca gostará dele. Dê um tempo de "descanso" e ofereça novamente em alguns dias ou semanas.

6. Respeite o limite de ingestão da criança. Se não quer mais não a force a comer tudo - não foi ela que definiu a quantidade a ser colocada no prato e pode ser que o limite de ingestão seja diferente do que você gostaria que ela ingerisse.

7. Dê autonomia à criança. Deixe que ele segure talheres, pegue na comida, brinque com as texturas e sabores, segure alimentos que possam ser comidos com as mãos (como pedaços de fruta, salada, macarrão...)

8. Deixe a criança participar da refeição familiar - o pré escolar aprende por imitação... e o melhor ensino é o exemplo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Embarcando na Desafiadora Viagem ao Mundo Materno

Passageiras do vôo 001 com destino à Maternidade, embarque no Portão das Incertezas...


A maternidade é algo sonhado pela grande maioria das mulheres. Pode soar “forte”, mas temos que ter a consciência de que esta é uma viagem sem volta. Esta foi, para mim, a primeira coisa que veio carimbada em meu cartão de embarque: este bebê é seu para sempre! Tudo bem que sabemos que criamos os filhos para o mundo, mas a responsabilidade em educar, as preocupações e alegrias serão eternamente gravadas em nossas vidas.


Vivemos muitas coisas boas e muitas angustias também. O legal é descobrir que a maioria das mães passam pelas mesmas coisas que passamos e, a melhor das descobertas, que as dificuldades vão deixando de existir dia após dia. Claro que novas dificuldades vão surgindo, mas com o passar do tempo elas se tornam mais leves.


Várias pessoas dizem que comemorar o primeiro ano de vida de uma criança é algo para os pais e não para os pequeninos. Posso dizer que concordo, pois vencer as noites mal dormidas, as cólicas, as dúvidas sobre tons e formas de choro, criar rotinas, introduzir uma alimentação saudável, superar as viroses, chorar com as vacinas, voltar ou não ao trabalho, enfim, são tantas coisas em um espaço tão pequeno de tempo, que merece ser comemorado.


Tínhamos a nossa vida num ritmo todo nosso, éramos donos de nossos narizes, nossas vontades nos guiavam e, de repente, uma criaturinha tão sonhada vem para mudar tudo.


Você já sentiu a dor do cansaço? Não falo daquela causada por um grande esforço físico. Falo daquela dor que sentimos por ficar com raiva de não ter conseguido dormir direito porque o ser que mais amamos chorou a noite toda... pois é, já senti essa dor um montão de vez e outras dores também que só são curadas por causa desse tal amor. Ele é tão grande e tão imensurável, que conseguimos superar tudo.


Mas uma coisa muito importante que aprendi sobre esta viagem é que ela é recheada de descobertas e aprendizados. E que é a mais bela de todas que sonhamos um dia em fazer. Ela fica melhor quando nos livramos das culpas, dos pesos e apenas curtimos a maravilhosa paisagem que Deus nos presenteou: nossos filhos. Vamos errar, mas na maioria das vezes vamos acertar, vamos ter medo da altura do vôo que é possível alçar quando nos tornamos mãe, mas não podemos esquecer que temos a coragem para enfrentar esta rota desconhecida e que nosso principal combustível é o amor!


O que posso desejar a cada nova Mãe é que façam uma feliz viagem!



Texto contribuido por June de Souza



E é isso mesmo... A maternidade está cheia de momentos de intensa alegria e momentos também de dúvidas, de lágrimas e de incertezas. Que a viagem de cada um seja deliciosa sabendo que sempre que precisarem de ombro amigo ou de trocar idéias ou esclarecer dúvidas estamos à disposição.

7 de abril, Dia Mundial da Saúde




"O Dia Mundial da Saúde, comemorado no dia 7 de Abril desde 1950, celebra a criação da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948.

Em cada ano, a OMS aproveita a ocasião para fomentar a consciência sobre alguns temas chave relacionados com a saúde mundial. Neste sentido, organiza eventos a nível internacional, regional e local para promover o tema escolhido em matéria de saúde.

Este ano, o tema em destaque - "Salvar vidas - Hospitais seguros em situações de emergência" - tem como objetivo realçar a necessidade de dimensionar e apetrechar os serviços de saúde, nomeadamente os hospitais, para as situações de emergência, assim como assegurar aos profissionais a preparação e a resiliência necessárias para intervir nessas situações.

Em definição dada pela OMS, ter saúde é garantir a condição de bem estar das pessoas, envolvendo os aspectos físicos, mentais e sociais das mesmas, em harmonia”.
Neste dia, desejamos a todos saúde física, mental, social e espiritual a todos!

domingo, 15 de março de 2009

A importância da Literatura Infantil para o desenvolvimento e aprendizagem da criança

“Nos dias de hoje, percebe-se que as crianças começam a formar sua leitura de mundo e despertar para rabiscos, traços e desenhos desde cedo, conforme as oportunidades que lhes são oferecidas. Cabe então, enfatizar que se faz necessário colocá-las em contato com a leitura e a escrita de maneira prazerosa. Um importante caminho a ser seguido nesse aspecto é a exploração fruitiva da literatura infantil. A sua prática desperta o interesse e a atenção das crianças, desenvolvendo nelas, entre outras coisas, a imaginação, a criatividade, a expressão das idéias, e o prazer pela leitura e escrita. Cabe ressaltar também, que a literatura infantil oportuniza situações, nas quais as crianças possam interagir em seu processo de construção do conhecimento, possibilitando assim, o seu desenvolvimento e aprendizagem”. (Artigo de Adelaide da Rosa Tassi)

Conscientes dessa importância, aos poucos, estamos aumentado o acervo da nossa biblioteca no consultório. Os novos exemplares adquiridos são: “O Menino Alto” (Cristina Von), “O Menino Baixo” (Cristina Von) e “Uma Menina e as Diferenças” (Cristina Von e Lourdes Stamato). Vocês estão convidados a levar livros emprestados para casa e ainda ganharão como prêmio um tempo precioso ao lado de seus filhos.

Ah! Também aceitamos doações de livros usados para nossa biblioteca! É só entrar em contado com a June (9176.4666) que ela providencia o recolhimento das doações.


quinta-feira, 5 de março de 2009

Atividade Física na Pré Escola


Há um consenso de que crianças pré escolares devem fazer atividade física tanto livre quanto estruturada. Há uma recomendação de que a criança entre 2 e 5 anos de idade faça 60 minutos (ou mais) acumulados de atividade física estruturada ao longo do dia - além de 60 minutos de atividade física livre.

Isso significa que além da brincadeira espontânea de correr, agachar, subir, rolar, etc, a criança deve ser estimulada a fazer atividades como brincar de bola, correr com objetivo de alcançar um lugar, etc. A atividade estruturada é aquela supervisionada e orientada por adulto. Não significa esporte "formal", mas sim orientada.

Alguns estudos tem apontado para uma tendência global ao sedentarismo. Revisão de vários estudos mostrou que a maior parte do tempo do pré-escolar é gasta com "inatividade" (períodos em que ficam sentados assistindo TV, brincando com jogos eletrônicos, etc).

Um estudo pesquisou o ambiente das escolinhas frequentadas por crianças dessa faixa etária para determinar se isso influenciaria o nível de atividade física dessas crianças ao longo do dia. As crianças usaram acelerômetros para medir a atividade física ao longo do dia. Concluiu-se que o ambiente onde a criança passa o seu dia influencia o nível de atividade física da criança.

Algumas coisas que favorecem atividade física infantil são:

* Turmas menores (menos que 15 crianças por sala de aula)
* Maior espaço físico de parquinho e sala de aula
* Menor uso de meios eletrônicos (computador, filmes, TV) enquanto dentro da escolinha
* Maior número de excursões programadas pela escola
* Maior envolvimento com a comunidade local e com os pais
* Tempo do dia em que a criança permanece no ambiente externo da pré escola (parquinho)
* Oportunidades de atividade física promovida pelos professores
* Treinamento de professores e formação
* Maior quantidade de equipamento móvel de parquinho (tipo bola) em relação a equipamento fixo

Essas recomendações podem ser também extrapoladas para o cuidado com pré-escolares em casa. É importante promover tempo ao ar livre, espaço para correr, brinquedos simples que exijam criatividade e movimentação.

Referência: Policies and Characteristics of the Preschool Environment and Physical Activity of Young Children. PEDIATRICS Volume 123, Number 2, February 2009.

domingo, 1 de março de 2009

Risco de Celular para Crianças

Já existem vários estudos que mostram o risco do uso do celular no trânsito por motoristas. Um estudo se propos a estudar qual o risco que a possivel distração causada pelo uso do celular traria para crianças e adolescentes pedestres enquanto conversam e andam.

O estudo foi realizado com crianças entre 10 e 11 anos de idade.

O estudo concluiu que a segurança dessas crianças pedestres fica comprometido quando estão distraídas por conversas ao telefone celular. Enquanto conversam, ficam menos atentas ao trânsito e apresentam comportamento mais arriscado ao atravessar ruas. Sugerem ainda que crianças mais novas sejam, talvez, mais suceptíveis a distração e, portanto, riscos.

Fonte: PEDIATRICS Vol. 123 No. 2 February 2009, pp. e179-e185

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mães Imperfeitas

Winnicott dizia que não existe mãe ideal... existe mãe adequada.

Toda mãe sonha em ser perfeita... mas junto com o filho nasce e cresce a certeza de que entre o ideal perfeito da nossa fantasia e a realidade que é o nosso melhor há uma certa distância.

Temos que nos dar conta de que o que podemos oferecer, sem medo de errar, é amor incondicional e a certeza, para nossos filhos, de que eles são especiais... importantes... prioridade...

Mas na imperfeição de cada um nasce também aquilo que nos faz diferente, único... No lidar com o improviso para ajustar a realidade à busca pela fantasia ideal, acabamos descobrindo outras facetas da nossa personalidade... descobrindo habilidades que não sabíamos que tínhamos... No tentar conciliar os papéis e responsabilidades que temos, acabamos descobrindo que tem mil e uma formas de acertar e de adaptar a vida à chegada dos filhotes...

Uma mãe de uma paciente, se preparando para a decisão de voltar ou não ao trabalho e, se optar por retornar, como fazer esse retorno e como lidar com esse equilíbrio, descobriu esse livro e esse site.

Não posso dizer que li tudo e não me responsabilizo pelo conteúdo, mas fica a sugestão como espaço para troca com outras mães e sugestões de como driblar tantas responsabilidades...

http://www.vidadeequilibrista.com.br/

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Entendendo o que se passa pela cabecinha de nossos filhos...


“Férias é sempre uma maravilha para a garotada. Aliviamos com os horários, flexibilizamos a TV, passeamos bastante, enfim, não posso imaginar uma única criança se queixando do período de férias.

Tenho duas realidades distintas num mesmo ambiente: uma criança que na semana que antecedeu o fim das férias, lembrou-se que a escola existia e reconheceu a saudade dos coleguinhas. A outra, que fez questão de esquecer que a escola ainda existia e nem mesmo a saudade dos coleguinhas a fez animar-se para o retorno.

Quando chegam com a lição para ser feita em casa faço festa: Oba!!!! Hoje tem Para Casa (para ver se contagia) e fiz o mesmo com a volta às aulas: Oba!!!! Terça-feira tem escola.

Mas lidar com a ansiedade dos filhos, requer lidar com nossas ansiedades. Queremos que eles sejam, antes de mais nada, felizes. Parece simples, mas também parece bem complexo quando não temos certeza se estamos sendo coerentes com os sentimentos deles.

O que fazer? Para o que volta feliz para escola só resta cerca-lo na saída do carro e dar um “beijo de boa aula” antes que ele se perca no meio da garotada. Mas para quem não quer largar a barra da saia (literalmente), fica a dúvida: fazer um belo discurso da importância da escola e “obrigar” a entrar, voltar para casa e tentar no dia seguinte, passar a responsabilidade para a escola em acalmar a criança depois que eu sair? Existe certo ou errado para estas situações?” (e-mail enviado por uma mãe de pacientes)


É importante respeitar que cada criança é de um jeito e com interesses, gostos e habilidades diferentes. É sempre bom tentar distinguir o desgosto pela escola específica (talvez por metodologia, professor, dificuldade com alguns colegas, etc) de uma tendência a não gostar de perder a liberdade total de ser criança e ter que se submeter à estrutura que é a escola.

O lactente e pré-escolar podem não estar maduros (isso varia de criança para criança) para se ajustar a uma rotina escolar onde precisam adaptar seus horários de sono e alimentação aos horários de outras crianças. Nesses casos, dá para avaliar a possibilidade de retirar a criança da escolinha (no caso dos mais novos) ou de achar uma escolinha onde ele se adapte melhor.

No entanto, chega uma idade em que ir à escola não é mais uma escolha. Tem que ir. O que pode ser escolhido é qual escola colocar, qual metodologia e filosofia se adapta melhor à familia como um todo e a seu filho em particular, qual horário, etc.

Chega um momento em que toda criança começa a entender que o mundo é cheio de regras que vão além daquelas do "mundo" que é a casa deles. E nesse momento precisam se ajustar à sociedade e a seu espaço em um mundo maior que o familiar. Devemos, sim, estimular, buscar ressaltar as coisas que gostam na escola, incentivar... Devemos sempre tentar entender qual está sendo a dificuldade da criança ao se ajustar à escola: é algum medo? algum problema com o professor? algum problema com colegas? vergonha? dificuldade de aprendizado? E, no fim, devemos ensinar aos filhos que a vida é assim. Sempre terão coisas que fazemos por dever - não necessariamente por prazer - mas podemos ensiná-los a encontrar prazer nessas coisas!


Dra. Amarilis Iscold