segunda-feira, 29 de junho de 2009

Conversando com nossas crianças...


Um estudo americano publicado hoje fala da importância de conversarmos com as crianças para favorecer um bom desenvolvimento de linguagem. Estudaram o quanto os adultos falavam ao longo do dia, o quanto de televisão à qual a criança era exposta ao longo do dia e o quanto os adultos da casa falavam com a criança - interagindo com ela como em um diálogo (com ou sem resposta verbal da criança).

Concluiram que a televisão e a fala adulta (ao falar com outros, ler ou contar histórias), como fatores independentes, não são determinantes ao desenvolvimento da linguagem. O fator independente mais significante é o diálogo entre adultos e crianças.

Portanto, reforça-se a importância de conversarmos com as crianças. Se já estão falando, interaja com a criança. Se a criança ainda não usa palavras para se expressar, converse com ela e, interpretando a fala não verbal dela, tente estabelecer um diálogo onde você usa palavras, mesmo que ela use gestos.

Fonte: Published online June 29, 2009PEDIATRICS Vol. 124 No. 1 July 2009, pp. 342-349 (doi:10.1542/10.1542/peds.2008-2267)

sábado, 20 de junho de 2009

Segurança na Internet


As mídias de comunicação - como celular, Facebook, Orkut, MySpace, email, Mensagens Instantâneas (como MSN, gTalk, etc) - têm crescido muito nos últimos anos. Através da tecnologia digital, adolescentes e pré-adolescentes de hoje estão conectados uns aos outros e ao mundo de uma forma que seus pais e avós nem seriam capazes de imaginar quando tinham a mesma idade.

Muitas vezes as habilidades tecnológicas dos adolescentes superam as de seus pais, mas é importante lembrar que a imaturidade e inexperiência os torna vulneráveis.

A Academia Americana de Pediatria oferece algumas dicas de como conversar com crianças e adolescentes sobre esses assuntos. Veja o artigo original em: http://www.aap.org/advocacy/releases/june09socialmedia.htm

Abaixo se encontra um resumo (traduzido) do artigo:

1. Aprenda a usar essa tecnologia. Tenha acesso e "adicione" seus filhos, permitindo que os monitore quando estão online.

2. Deixe claro que o conhecimento e bom uso de tecnologia é algo importante para aprenderem.

3. Sempre pergunte se usaram o computador e a internet, sobre o que falaram em seus Facebooks, Orkut, etc.

4. Mantenha o computador em um local "público" em sua casa para que possa monitorar o que seus filhos estão fazendo online e quanto tempo gastam com o computador.

5. Com crianças mais novas, ofereça para fazer com elas, ver os textos que escrevem, participar com elas... Com adolescentes diga que gostaria de ver seus perfis e o que escrevem (em blogs, Facebook, etc).

6. Enfatize - independente da idade - que tudo que é enviado via Internet ou telefone celular pode ser compartilhado em todo o mundo então é importante ter cuidado ao enviar mensagens e fotos.

7. Para aumentar a segurança, peça que seu filho te mostre onde fica o ítem "segurança" ou como limitar acesso aos meios de comunicação que utilizam. Quando mais seguro e restrito, menor a probabilidade de seu filho receber material inapropriado.

8. Estabeleça a regra de que você estará nos locais (online) que seu filho frequenta (Orkut, Facebook, IM, etc) e que seu filho deve te adicionar em todos esses meios.

9. Deixe claro para seu filho que você sabe utilizar o que ele utiliza na internet e está disposto a aprender o que ainda não sabe.

domingo, 14 de junho de 2009

Cabeças "tortas"


"Mude a posição do bebê senão a cabecinha vai ficar torta!" Muitos pais têm me perguntado, à alta da maternidade, se essa recomendação está correta.

A Academia Americana de Pediatria relata um aumento no número de crianças com deformidades cranianas "posicionais". Essas deformidades geralmente se resumem em uma região mais plana na parte posterior ou lateral da cabeça. Elas podem se desenvolver quando a cabeça do bebê sempre se apoia no mesmo local, como berço, assento de carro ou carrinho de bebê.

Apesar do risco aumentado para deformidade craniana, o bebê não deve ser colocado para dormir de barriguinha para baixo pois há uma associação com síndrome da morte súbita em recém nascido.

No entanto, um tempo "brincando" com o bebê de barriguinha para baixo (enquanto acordado) é sempre interessante para fortalecer a musculatura de membros superiores e coluna torácica e cervical.

Então como prevenir deformidades cranianas?

Varie a posição na qual seu filho é colocado para dormir. Uma vez com o rostinho virado para a direita, da próxima vez com o rostinho virado para a esquerda. E siga alternando o lado para o qual o rosto fica virado quando o bebê está dormindo.

Modifique a posição do berço no quarto ou de enfeites e móbiles no berço para que o bebê tenha que virar de forma a ver coisas diferentes ao seu redor. Assim ele terá estímulo para virar o rosto em mais de uma direção.

Limite o tempo que o bebê fica em bebê conforto e outros assentos como balanços ou carrinhos para evitar que permaneça muito tempo em locais onde fica com apoio na região posterior do crânio.

Fonte: Academia Americana de Pediatria - 2003

terça-feira, 9 de junho de 2009

Registrando memórias...


Um amigo disse uma vez que não é que a vida passa rápido... é que ela é curta mesmo.

As crianças crescem rápido e ficamos sempre com aquele gostinho de "quero mais". É gostoso poder guardar algum registro dessa fase tão gostosa e tão curta que é a infância.

Como você "registra" as memórias do seu filho? Seguem algumas sugestões:

* Diário (escrito, no computador, através de blog...)

* Guardar (e completar) agendas escolares

* Colecionar os trabalhinhos feitos em casa e na escola e encadernar a cada trimestre ou semestre de forma a fazer "livros" de artes

* Fotografias impressas

* Fotografias digitais em forma de "clip" - gravando uma seleção de fotos com música

* Álbuns tipo scrap ou convencionais

* Filmes

* Painel ou parede da casa dedicados a fotos e/ou trabalhos artísticos das crianças

Mais alguma sugestão?

Para os que não têm tempo ou falta criatividade, existem pessoas que ajudam a "compilar" ou organizar o material que você quer guardar (como fotos, textos ou trabalhos manuais). Para os que tiverem interesse, vejam esse link: http://keepamemory.blogspot.com/

E você? Como tem registrado as memórias do seu filho?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Vacinação



Algumas pessoas pediram para abordarmos, no blog, a questão das vacinas.

A verdade é que vacinação é uma questão que está sempre em evolução. Existem várias vacinas em processo de pesquisa (ainda não disponíveis) como a vacina para dengue. Existem vacinas que estão disponíveis hoje apenas na rede particular, mas com perspectiva de inclusão na rede pública. Para uma mesma patologia, às vezes temos vacinas diferentes na rede pública e particular (com variação em relação à cobertura e/ou efeitos adversos).

O calendário público não é o mesmo em todos os estados do Brasil, nem tampouco no mundo. Algumas vacinas, como febre amarela e BCG (contra tuberculose), não são dadas em alguns países desenvolvidos do hemisfério norte.

Quando há atraso vacinal (por doença, retenção em hospital, prematuridade, esquecimento, uso de corticóides sistêmicos por tempo prolongado, uso de imunoglobulina, etc) todo o calendário deve ser modificado e organizado de forma a oferecer à criança as vacinas necessárias com o intervalo adequado entre elas.

O cartão de vacinas deve ser levado em toda consulta ao pediatra e é nesse momento que serão indicadas as próximas vacinas. Mesmo após 2 anos de idade (inclusive durante a adolescência), a criança deve ir ao pediatra para consulta de rotina, puericultura e profilaxia a cada 6 meses ou, no máximo, a cada ano. Nesse momento pode-se discutir quais vacinas deverá tomar, quais novas vacinas estão disponíveis e se, nessa idade, a criança pode ter acesso a essas vacinas, etc.

O calendário vacinal recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, em 2009, encontra-se abaixo. Mas ressaltamos que algumas crianças poderão receber vacinas em idades diferentes dessa, caso haja indicação do pediatra. Além disso, as vacinas podem ser combinadas e, desta forma, o nome descrito no cartão de vacinas não é o mesmo do que lerão no calendário abaixo. Para saber as recomendações em relação a vacinas combinadas (mais de uma vacina em uma mesma injeção), diferença entre as disponíveis no sistema público e privado e qual é mais indicada para seu filho, converse com seu pediatra!

Recém nascido - BCG e Hepatite B
1 mês - Hepatite B (poderá também ser dada com 2 meses de idade)
2 meses - Hepatite B + Hib + DTPa/DTP + Rotavirus + Pneumocócica 7-valente + contra Poliomielite (idealmente VIP)
3 meses - Meningocócica C
4 meses - Hib + DTPa/DTP + Rotavirus + Penumocócica 7-valente + Poliomielite (ideal VIP)
5 meses - Meningocócica C
6 meses - Hepatite B + Hib + DTPa/DTP + Rotavirus + Pneumocócica 7-valente + contra Poliomielite + Gripe
7 meses - Gripe (2a dose)
9 meses - Febre Amarela
12 meses - Meningocócica C + Varicela + Triplice Viral + Hepatite A
15 meses - DTP/DTPa + Hib + Poliomielite + Pneumocócica
18 meses - Hepatite A (2a dose)
4 a 6 anos - DPT/DTPa + Poliomielite + Triplice viral + Varicela
9 a 10 anos - HPV (em 3 doses, primordialmente para meninas, mas a recomendação provavelmente se extenderá a meninos)
14 a 20 anos - dTpa

Reforço, mais uma vez, a importância de discutir cada criança com o pediatra e individualizar o atendimento. As recomendações gerais são exatemente isso, recomendações generalizadas. Seu filho é único e merece atendimento individualizado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Teste da Orelhinha



A triagem auditiva, carinhosamente apelidada de “Teste da Orelhinha” é um exame simples, indolor e rápido. O objetivo do exame é detectar perda auditiva congênita que é tido como o defeito congênito mais freqüente ao nascimento. Portanto, a chance do teste da orelhinha ser positivo é muito maior que um resultado positivo no teste do pezinho (para qualquer uma das doenças testadas).

Além dos defeitos congênitos, existem perdas progressivas ou agudas que podem ocorrer nos primeiros meses de vida e devem ser detectados e tratados precocemente.

A justificativa pela triagem neonatal, ao invés de aguardar idades mais avançadas, é que pode haver uma perda de algumas freqüências, não impedindo que o bebê reaja a alguns sons (o que pode dar uma impressão de audição normal), mas que o impeça de ouvir aos decibéis utilizados na linguagem oral.

Quando a perda auditiva é detectada e a intervenção ocorre antes dos seis meses de idade, o desenvolvimento da linguagem da criança é comparável ao de crianças com audição normal.

Quando a perda não é diagnosticada por meio de triagens (como o teste da orelhinha), geralmente o diagnóstico (feito através de suspeita e confirmação por parte de familiares, professores e pediatras) é entre 14 meses e 3 anos de idade. Nessa fase já houve comprometimento de estruturas neuronais necessárias ao desenvolvimento de linguagem, aquisição de linguagem verbal, socialização, vocabulário de tamanho adequado para idade, compreensão de leitura em idades mais avançadas, etc.

A triagem deve ser feita idealmente entre 7 e 30 dias de vida, mas sempre antes dos 3 meses de idade para que o tratamento possa ser feito no máximo aos 6 meses. Idealmente todo recém nascido faria o teste da orelhinha, mas alguns estão com risco maior para perda auditiva e devem ser priorizados.