quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mães Imperfeitas

Winnicott dizia que não existe mãe ideal... existe mãe adequada.

Toda mãe sonha em ser perfeita... mas junto com o filho nasce e cresce a certeza de que entre o ideal perfeito da nossa fantasia e a realidade que é o nosso melhor há uma certa distância.

Temos que nos dar conta de que o que podemos oferecer, sem medo de errar, é amor incondicional e a certeza, para nossos filhos, de que eles são especiais... importantes... prioridade...

Mas na imperfeição de cada um nasce também aquilo que nos faz diferente, único... No lidar com o improviso para ajustar a realidade à busca pela fantasia ideal, acabamos descobrindo outras facetas da nossa personalidade... descobrindo habilidades que não sabíamos que tínhamos... No tentar conciliar os papéis e responsabilidades que temos, acabamos descobrindo que tem mil e uma formas de acertar e de adaptar a vida à chegada dos filhotes...

Uma mãe de uma paciente, se preparando para a decisão de voltar ou não ao trabalho e, se optar por retornar, como fazer esse retorno e como lidar com esse equilíbrio, descobriu esse livro e esse site.

Não posso dizer que li tudo e não me responsabilizo pelo conteúdo, mas fica a sugestão como espaço para troca com outras mães e sugestões de como driblar tantas responsabilidades...

http://www.vidadeequilibrista.com.br/

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Entendendo o que se passa pela cabecinha de nossos filhos...


“Férias é sempre uma maravilha para a garotada. Aliviamos com os horários, flexibilizamos a TV, passeamos bastante, enfim, não posso imaginar uma única criança se queixando do período de férias.

Tenho duas realidades distintas num mesmo ambiente: uma criança que na semana que antecedeu o fim das férias, lembrou-se que a escola existia e reconheceu a saudade dos coleguinhas. A outra, que fez questão de esquecer que a escola ainda existia e nem mesmo a saudade dos coleguinhas a fez animar-se para o retorno.

Quando chegam com a lição para ser feita em casa faço festa: Oba!!!! Hoje tem Para Casa (para ver se contagia) e fiz o mesmo com a volta às aulas: Oba!!!! Terça-feira tem escola.

Mas lidar com a ansiedade dos filhos, requer lidar com nossas ansiedades. Queremos que eles sejam, antes de mais nada, felizes. Parece simples, mas também parece bem complexo quando não temos certeza se estamos sendo coerentes com os sentimentos deles.

O que fazer? Para o que volta feliz para escola só resta cerca-lo na saída do carro e dar um “beijo de boa aula” antes que ele se perca no meio da garotada. Mas para quem não quer largar a barra da saia (literalmente), fica a dúvida: fazer um belo discurso da importância da escola e “obrigar” a entrar, voltar para casa e tentar no dia seguinte, passar a responsabilidade para a escola em acalmar a criança depois que eu sair? Existe certo ou errado para estas situações?” (e-mail enviado por uma mãe de pacientes)


É importante respeitar que cada criança é de um jeito e com interesses, gostos e habilidades diferentes. É sempre bom tentar distinguir o desgosto pela escola específica (talvez por metodologia, professor, dificuldade com alguns colegas, etc) de uma tendência a não gostar de perder a liberdade total de ser criança e ter que se submeter à estrutura que é a escola.

O lactente e pré-escolar podem não estar maduros (isso varia de criança para criança) para se ajustar a uma rotina escolar onde precisam adaptar seus horários de sono e alimentação aos horários de outras crianças. Nesses casos, dá para avaliar a possibilidade de retirar a criança da escolinha (no caso dos mais novos) ou de achar uma escolinha onde ele se adapte melhor.

No entanto, chega uma idade em que ir à escola não é mais uma escolha. Tem que ir. O que pode ser escolhido é qual escola colocar, qual metodologia e filosofia se adapta melhor à familia como um todo e a seu filho em particular, qual horário, etc.

Chega um momento em que toda criança começa a entender que o mundo é cheio de regras que vão além daquelas do "mundo" que é a casa deles. E nesse momento precisam se ajustar à sociedade e a seu espaço em um mundo maior que o familiar. Devemos, sim, estimular, buscar ressaltar as coisas que gostam na escola, incentivar... Devemos sempre tentar entender qual está sendo a dificuldade da criança ao se ajustar à escola: é algum medo? algum problema com o professor? algum problema com colegas? vergonha? dificuldade de aprendizado? E, no fim, devemos ensinar aos filhos que a vida é assim. Sempre terão coisas que fazemos por dever - não necessariamente por prazer - mas podemos ensiná-los a encontrar prazer nessas coisas!


Dra. Amarilis Iscold