segunda-feira, 7 de abril de 2014

A Magia da Literatura Infantil

Há algumas semanas, depois de uma conversa com um colega pediatra, Dr. Magno Veras, fui instigada a explorar um pouco mais um dos meus grandes amores: a literatura infantil. Desde “sempre” sou apaixonada por livros. As histórias me acompanham desde que eu me entendo por gente e vejo, em minha história, ecos e ressonâncias de experiências vividas e revividas também em histórias fictícias.

Creio que a literatura nos dá a oportunidade de viver “mais de uma vida”. Quem lê experimenta aventuras, viagens, culturas... e também emoções, interações, desafios e crescimento que, de outra forma, talvez não viveria. George R.R. Martin, autor contemporâneo que escreveu a conhecida obra “As Crônicas de Gelo e Fogo”, disse que “um leitor vive mil vidas antes de morrer, o homem que nunca lê vive apenas uma.”

Quando pensamos em leitura com nossos filhos, frequentemente as pessoas pensam no aspecto acadêmico da leitura. Muitos pensam na importância da leitura na aquisição de vocabulário, na interpretação de texto, no prazer pela aprendizagem e no “treino” da decodificação que é a linguagem escrita. Essas são boas razões para se ler para uma criança... mas creio que existem razões ainda mais importantes, e frequentemente menosprezadas, da leitura com crianças.

Quando falo na magia da literatura infantil, penso em como esse mundo literário enriqueceu o meu relacionamento com meu filho. Através dos livros e da história do “outro”, temos uma ponte para várias conversas sobre temas que poderiam ser mais difíceis de abordar se falássemos apenas dele. Através de histórias do “outro”, tivemos a oportunidade de reviver experiências da vida dele, mas conseguindo entende-las com outra perspectiva. Às vezes, através das palavras do livro, das imagens e ilustrações ou da vivência do personagem, meu filho encontra a forma para compartilhar, dividir, expressar, interpretar e compreender as experiências que ele mesmo vive.

Quando lemos, temos o direito de, por um tempo, vivermos na pele de um personagem. Esse personagem pode nos representar muito bem... mas esse personagem, com o qual nos identificamos temporariamente, pode também ser o colega de classe, a mãe, o pai, o irmão mais velho, o irmão mais novo... Ao ler para uma criança e coloca-la, por um tempo, no lugar desse personagem, ela tem a oportunidade de ver o mundo com outro olhar. Há estudos apontando, por exemplo, a importância da literatura infantil na socialização e aprendizagem de empatia.

Mas qual livro ler?

A primeira coisa a se manter em mente é que muito antes de aprenderem a ler, as crianças já são capazes (muitas vezes com maior habilidade e sensibilidade que os adultos) de ler as imagens e ilustrações que acompanham os livros de figuras infantis. Além disso, a capacidade de compreensão de uma história não está ligada à capacidade de ler. Em geral, só aos 9 ou 10 anos que a capacidade de leitura da palavra escrita – sozinho – alcança a capacidade de compreensão.

Sendo assim, ler para seu filho não tem idade para começar... e nem para terminar. Podemos ler para bebês para que acostumem com a cadência da leitura em voz alta, para que sejam expostos a vocabulário e para que aprendam a manusear e se envolver com as imagens lidas e interpretadas. Podemos ler para pré-escolares para que sejam expostos a um vocabulário cada vez mais rico e também para que, através das histórias, tenham oportunidade para aprender a ter empatia e também para criar um espaço para compartilharem suas dúvidas sobre a interação com o mundo e com o outro. E, porque não, podemos ler para os escolares, os adolescentes, até mesmo os adultos! Compartilhar uma história é também compartilhar de uma oportunidade para discutir idéias, impressões, visões de mundo, perspectivas, sentimentos...

Jim Trelease, autor do excelente livro, “The Read-Aloud Handbook” (não existe tradução, mas para quem lê em inglês é um livro fascinante com ótimas dicas também de livros) fala da importância da leitura em voz alta. Ele ressalta a importância de se ler para a criança, principalmente até que ela alcance a habilidade de leitura que seja equiparável a seu nível de compreensão, já que compreendem histórias, muitas vezes complexas, muito antes de conseguirem lê-las sozinhos. Além disso, o ler juntos é um momento familiar único.

Segue uma lista inicial de sugestões de livros – enfatizando a faixa etária pré-escolar até em torno de 8 anos de idade – por temas. Eventualmente, no futuro, até pretendo comentá-los, mas, por enquanto, seguem os títulos. Vários estão repetidos porque contemplam mais que apenas um tema.

Lembrem-se que nenhuma lista está completa e a minha aventura na literatura infantil em português está apenas começando... Aceito toda e qualquer indicação e continuarei a me mergulhar nesse mundo mágico. E você? Tem algum livro que faz parte da sua história? Algum livro que gostou de compartilhar com seu(s) filho(s)?

Alguns desses títulos temos na biblioteca do consultório

Amor/Familia
Onde Vivem os Monstros – Maurice Sendack
Adivinha Quanto Eu te Amo – Sam McBratney
Pé de Pai – Isabel Minhós Martins
Pedro e os Cacarecos – Simone Barra

Amizade
Stellaluna – Janell Cannon
Romeu e Julieta – Ruth Rocha
Curdoroy – Don Freeman
Lino – André Neves
Três Ursos – Cliff Wright

Ida ao Médico
Eram Cinco – Ernst Jandl

Medo
Eram Cinco – Ernst Jandl
Dentro deste Livro Moram Dois Crocodilos – Claudia Souza
Onde vivem os Monstros – Maurice Sendack
A Tatuagem – Reconto do Povo Lua – Rogério Andrade Barbosa

Solidão
Eram Cinco – Ernst Jandl

Preconceito/Inclusão/Bullying/Respeito às Diferenças
O Dragão e o Cavaleiro – Do jeito que a princesa contou – Mauricio Veneza
O Lobo Voltou – Geoffroy de Pennart
O Clube do Arco-Iris – Annette Aubrey
Chapeuzinho Redondo – Geoffroy de Pennart
Flicts – Ziraldo
Romeu e Julieta – Ruth Rocha
A Fantástica Máquina dos Bichos – Ruth Rocha
Leva Vento, Leva – Regina Rennó
Shrek! – William Steig
O Abacateiro Bagunceiro – Jonas Ribeiro
O Apelido de Mariana – Cristina Von
Beijinhos Não Dou – Erica-Jane Waters
E eu com Isso?! Aprendendo sobre respeito – Coleção Valores – Brian Moses & Mike Gordon
Coleção Espelho Meu: O Menino Baixo, O Menino Alto, A Menina Feia, A Menina Bonita e Uma Menina e as Diferenças – Cristina Von
Dois Chapéus Vermelhinhos – Ronaldo Simões Coelho
Elmer, O Elefante Xadrez – David McKee
O Tigre e a Diversidade – José Morán e Jesus Gabán
Uma Meia Azul – Emily Ballou
Stellaluna – Janell Cannon
Max – Bob Graham
A Festa no Céu – Adaptação de Angela Lago
One – Kathryn Otoshi – Esse também é em inglês, mas as imagens falam por si só e é excelente!

Mudança de Paradigmas
Depois da Montanha Azul – Christiane Gribel
O Abacateiro Bagunceiro – Jonas Ribeiro
Chapeuzinho Redondo – Geoffroy de Pennart
Beautiful Oops – Barney Salzberg (esse é em inglês – mas é maravilhoso)
A verdadeira história dos três porquinhos – Jon Scienszka
Dois Chapéus Vermelhinhos – Ronaldo Simões Coelho

Auto-estima
Max – Bob Graham
Meu Cachorro é um Elefante – Rémy Simard
Cabelo Doido – Neil Gaiman
Coleção Espelho Meu: O Menino Baixo, O Menino Alto, A Menina Feia, A Menina Bonita e Uma Menina e as Diferenças – Cristina Von
Dois Chapéus Vermelhinhos – Ronaldo Simões Coelho
Peppa – Silvana Rando
Depois da Montanha Azul – Christiane Gribel
Stellaluna – Janell Cannon
Beautiful Oops – Barney Salzberg (esse é em inglês, mas é maravilhoso)
A Festa no Céu – Adaptação Angela Lago
Elmer, O Elefante Xadrez – David McKee
A Tatuagem – Reconto do Povo Lua – Rogério Andrade Barbosa

Obediência
Onde Vivem os Monstros – Maurice Sendack
A Tatuagem – Reconto do Povo Lua – Rogério Andrade Barbosa

Gratidão/Empatia
Doutor de Soto – William Steig
Meu Cachorro é um Elefante – Rémy Simard
Para o Seu Almeida, Com um Abraço – Elisabeth Steinkellner

Generosidade/compartilhar
Doutor de Soto – William Steig
Para o Seu Almeida, Com um Abraço – Elisabeth Steinkellner
A Árvore Generosa – Shel Silverstein
Meu Cachorro é um Elefante – Rémy Simard
Bibi Compartilha Suas Coisas – Alejandro Rosas
Três Ursos – Cliff Wright
Pipo e Póli e a Superpatinete – Axel Scheffler
Tinha uma Pedra no Meio do Caminho – Jan Marais
Se os Brinquedos Falassem – Sandra Campos

Mentira/Honestidade
A Festa no Céu – Adaptação Angela Lago
A Verdadeira História dos Três Porquinhos – Jon Scieszka
Não Fui Eu! Aprendendo sobre Honestidade – Brian Moses & Mike Gordon

Guardar Brinquedos/Cuidar dos Brinquedos
Beleléu – Patrício Dugnani
Se os Brinquedos Falassem
Pedro e os Cacarecos – Simone Barra

Limitar TV e tela
Chega de TV – Jan & Stan Berenstein

Persistência
Tinha uma Pedra no Meio do Caminho – Jan Marais
Escola de Chuva – James Rumford

Alzheimers/Idoso
Guilherme Augusto Araujo Fernandes – Mem Fox

Morte
Como Natureza – Fabio Monteiro
Para Sempre no Meu Coração – Annette Aubrey

Multicultural
Escola de Chuva – James Rumford
A Tatuagem – Reconto do Povo Lua – Rogério Andrade Barbosa
Dois Chapéus Vermelhinhos – Ronaldo Simões Coelho

Contentamento
Que Vida eu Quero Ter? – Susana Maria Fernandes
Alvinho e os Presentes de Natal – Ruth Rocha

Boas Maneiras
Quem soltou o Pum? - Blandina Franco e José Carlos Lollo
Para o Seu Almeida, Com um Abraço – Elisabeth Steinkellner

Retirada de Fraldas
O que tem dentro da sua fralda?
Hora de Fazer xixi – Antônio Hohlfeldt
Cadê Meu Penico? – Mij Kelly
A Incrível Fábrica de Cocô, Xixi e Pum – Fatima Mesquita

Fisiologia/Funcionamento do Corpo/Doenças
Como Natureza – Fabio Monteiro
Até as Princesas Soltam Pum – Ilan Brenman
O Dariz – Olivier Douzou
Meu Corpo da Cabeça aos Pés – Lisa Bullard
A Incrível Fábrica de Cocô, Xixi e Pum – Fatima Mesquita

Relação entre Irmãos
O Mundo Mendelévio e o Planeta Telúria – João Marcos

Consumismo
Alvinho e os Presentes de Natal – Ruth Rocha

Dificuldade Alimentar/Rejeição Alimentos/Alimentação Saudável
A Princesa e as Ervilhas – Caryl Hart

Reciclagem

Bugingangas – Hye Eun Shin

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Meu filho diz que odeia a escola...

Resumo de um texto de Patty Wipfler.
Tradução: Amarilis Iscold

Link do artigo original: http://www.babycenter.com/404_my-child-says-she-hates-school-what-should-i-do_70230.bc


Muitas vezes é só após ter um tempo de proximidade, de carinho, de brincadeira que uma criança se sente segura e amada e próxima suficiente para compartilhar dificuldades que tem tido. Pode também usar de momentos de proximidade para fazer perguntas de forma positiva como, "Se você pudesse fazer uma escola do jeito que você queria, como seria?" "Se você pudesse escolher uma professora, qualquer pessoa no mundo, quem você escolheria - e porque?" "O que você faria para o recreio ser mais legal?" "Se você fosse o responsável pelas brincadeiras entre as crianças, como organizaria?" Você ouvirá as dificuldades, mas seu filho pode estar se sentindo seguro suficiente para te dar informações sobre alguma dificuldade que está passando.

Você tem duas funções principais como pai e mãe. O primeiro é ajudar seu filho a lidar com seus sentimentos. Ouça, encoraje-o a encontrar soluções e se proteger. O segundo é ajudar seu filho a lidar com situações potencialmente nocivas na escola como colegas que constantemente brigam ou se implicam, ou professores que punem ou humilham as crianças ou agem com elas de forma irracional.

Sugiro a leitura do texto original para maiores informações e sugestões!

Boas leituras!

domingo, 15 de julho de 2012

O livro que não pára na prateleira...


Temos um livro campeão.


Aliás, foi o primeiro a estrear a biblioteca de empréstimos muito antes mesmo de ser uma biblioteca. Foi o primeiro que comprei com o objetivo principal de emprestar - e que já comprei várias cópias extras... e é o mais lido dentre todos. Está aí uma ótima dica de presente para amigas gestantes e acho que todo mundo que já leu tirou proveito.


Segue relato de uma mãe:

Os Segredos de Uma Encantadora de Bebês - Tracy Hogg

Como mãe de primeira viagem e que assumiu sozinha a criação de seu bebe, esse livro foi de extrema ajuda! Tracy nós da dicas de como podemos afastar o maior temor de nos mães: como identificar a causa do choro do bebe! Simplesmente estabelecendo uma rotina para os pequenos! Realmente funciona!

domingo, 8 de julho de 2012

Histórias para Aquecer o Coração das Mães...

Olá a todos!

Nossa biblioteca continua a pleno vapor!

Em relação às crianças a coleção de alfabeto do Maurício de Souza é, sem dúvida a campeã de empréstimos. As crianças curtem muito ler. Quem ainda não pegou, tente pegar uma letra do nome do seu filho. Irão gostar.

Segue relato de uma mãe que leu "Histórias para Aquecer o Coração das Mães" que já está de volta nas nossas prateleiras:

"Este livro fortaleceu o elo que me liga ao meu filho. Não importa a idade, o "elo" sempre estará presente em forma de coragem diante dos desafios, amor que ampara, acolhe e aquece o coração."

Boas leituras!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Como ajudar pré escolares a lidar com frustração


Baseado no texto original de Lisa Medoff
Adaptação e Tradução por Amarilis Iscold

Uma das melhoers lições que pode ensinar a seu filho ao longo dos anos é como lidar com frustração. Ao ingressarem na escola, as crianças seus filhos serão solicitados a fazerem atividades cada vez mais desafiadoras que estão no limite ou um pouco além do limite de suas capacidades; inevitavelmente irão enfrentar frustração, tanto na área acadêmica quanto na social. De fato, o abismo entre crianças bem ou mal sucedidas não será devido a diferenças em inteligência ou habilidade, mas em diferenças em habilidade de lidar com dificuldades e persistir frente a frustrações.
Pre escolares não têm muita experiência com frustração já que todas as suas necessidades são supridas por seus cuidadores. Eles ainda não adquiriram toda habilidade verbal para se expressar e também lhes falta o desenvolvimento cerebral que permite que adultos nomeiem e regulem emoções e como tais emoções são expressadas. Para que crianças desenvolvam as habilidades emocinais/sociais e verbais que precisam, é importante que eles enfrentem situações que envolvam quantidades pequenas e manejáveis de frustração.
Preschoolers can get easily overwhelmed, and need a lot of assistance in terms of breaking down problems into manageable parts, a key step in handling frustrating situations. Children that do not learn how to deal with frustration early in life may encounter later problems, such as lack of confidence, anxiety, anger, trouble with friends, and difficulty trying new things. If they do not know how to tolerate and cope with frustration, children will always expect others to solve their problems and will give up in the face of the first sign of difficulty. Here are some tips for helping your child cope with frustration:
Pre escolares podem facilmente se sentir sobrecarregados, e precisar de assistência para fracionar problemas em partes de forma a conseguirem lidar com eles. Esse é um passo essencial para aprender a lidar com situações frustrantes. Crianças que não aprendem cedo a lidar com frustração podem enfrentar problemas mais tarde, como falta de confiança, ansiedade, raiva, dificuldade com amigos e dificuldade em experimentar coisas novas. Se não sabem como tolerar e lidar com frustrações sempre esperarão que outros resolvam seus problemas e desistirão assim que sentirem alguma dificuldade.
É importante manter em mente que as crianças são diferentes. Elas têm personalidades diferentes e algumas podem ser mais ou menos resilientes às frustrações. Algumas crianças precisarão de mais ajuda para conseguirem vencer desafios e aprender, aos poucos, a ter a autonomia para conquistá-los. Algumas características são mais fáceis para algumas crianças, enquanto outras são mais difíceis. Por exemplo, uma criança pode ter maior habilidade de esperar sua vez ou adiar satisfação e outra ter maior habilidade de fracionar uma atividade e vencer um desafio.
Mas algumas dicas são universais e podem ser usadas para ajudar seu filho a aprender como lidar com frustração:
·         Mantenha a calma. Quando seu filho estiver frustrado, tente não “espelhar” essa frustração em sua própria voz ou comportamento. Mantenha a calma e converse com seu filho com um tom de voz gentil e suave, levando seu filho a te espelhar. Reconheça que ele ou ela está frustrado, mas enfatize a importância de continuar tentando fazer algo que a criança acha difícil.
·         Proponha desafios. Busque oportunidades de desafiar seus filhos. Rotineiramente peça-os para fazer coisas que estão ligeiramente além do que foram capazes de fazer no passado. Não se apresse para ajudá-los. Se eles estiverem tendo dificuldade, ao invés de imediatamente ajudar, tente encorajá-los oferecendo dicas para facilitar a situação. Se estão de fato tendo muita dificuldade e após alguns minutos não houver nenhum progresso, fracione a tarefa em várias pequenas etapas. Se necessário, os oriente ou até mesmo faça o primeiro passo para eles e, em seguida, se afaste novamente. Seu filho deve ouvir a seguinte frase frequentemente, “Tente sozinho primeiro, se não conseguir, então eu te ajudo a começar.”
·         Espere. Ajude seu filho a aprender a importante lição de adiar satisfação. Pre escolares ainda não têm o desenvolvimento cerebral ou a experiência para lidar efetivamente com a necessidade de esperar pelo que querem, então você deve dar a eles a oportunidade de treinar essa habilidade. Tanto quanto for possível, faça com que esperem para receberem o que querem, nem que seja por um ou dois minutos. Ensine a eles a se distrairem enquanto esperam por algo.
·         Estimule a independência. Se assegure de que seu filho tenha muitas oportunidades de brincar com outras crianças em situações onde não é necessário um adulto estar supervisionando muito de perto. Adultos devem ser responsáveis por manter crianças seguras, mas fora isso, tente deixar as crianças resolverem seus conflitos entre si. Quando as crianças brincam independentemente, eles aprendem como lidar com frustração de outras formas, que não deixando adultos resolverem seus problemas.
·         Crie comunicação efetiva. Não ensine seu filho que a manifestação inapropriada da frustração, como bater ou gritar, seja uma forma de chamar sua atenção, mesmo que seja uma atenção negativa. Ignore tais atitudes (desde que não estejam representando um perigo real) e garanta bastante atenção positiva em momentos que seu filho lida com uma situação potencialmente frustrante de forma saudável. Reforce e mostre especificamente o que ele ou ela fez de forma eficaz.
·         Garanta rotina. Se crianças se sentem seguras e confiantes em geral e conhecem o ambiente e a rotina que a cercam, elas terão maior facilidade de lidar com pequenas dificuldades e frustrações.
·         Converse com o professor. Use o professor de pré escola como um recurso. Peça sugestões sobre como a pré escola lida com frustrações nas crianças em geral e também dicas sobre o seu filho em particular. Quanto mais consistente forem as atitudes da casa em relação às da escola, mais fácil será para seu filho internalizar as lições que estão tentando ensinar.
·         Seja um exemplo. Quando alguém te irritar, fale com seu filho como está se sentindo para que ele aprenda a reconhecer emoções em outros e rotulá-las nele mesmo. Então explique seus sentimentos durante a frustração para que seu filho ou filha te ouça dizer coisas como, “Relaxe e respire fundo,” “Tudo bem, eu consigo lidar com isso,” ou “Isso não é um problema tão grande assim. Eu preciso acalmar.” Sempre que você lidar com frustração na presença do seu filho, lembre que ele ou ela irá repetir seu comportamento quando estiver frustrado – então seja cuidadoso! Se cuide para não elevar seu tom de voz, ser grosseiro com os outros, ou ser fisicamente agressivo. Se porventura tiver alguma dessas atitudes, lembre-se de explicar para seu filho que você cometeu um erro e tem que fazer uma escolha melhor da próxima vez.

O processo para desenvolver as habilidades para lidar com frustração pode ser (e geralmente é) lento, mas você pode guiar seu filho na direção certa para que eventualmente ele aprenda a lidar com cada situação desafiadora sozinho. A habilidade do seu filho lidar com frustrações na infância é o alicerce sobre o qual irá lidar com as dificuldades futuras da vida dele. Aprender a lidar com desafios é uma habilidade importante para promover sucesso não só acadêmico, mas também em relacionamentos interpessoais.
Os pais de mais de um filho devem manter em mente que cada criança é uma e o que para um é um desafio simples de ser enfrentado pode ser algo muito complexo para o outro (independente de idade). É importante ver cada criança como um indivíduo e ajudá-los a crescer e aprender a andar com os próprios pés!

domingo, 26 de junho de 2011

Porque não ser tímido?!

A reflexão é válida para todos - e principalmente para quem trabalha com crianças. Não é incomum pais me questionarem sobre como "tratar" crianças que consideram "problema" ou que as escolas ou berçários referenciam como "problemáticas" só porque estão um pouco fora da média ou porque estão fora do padrão socialmente aceito. Temos visto um enorme número de diagnósticos (creio que muitas vezes exagerado) de DDA e Hiperatividade e até mesmo de autismo...

É o tratamento da "normalidade"... mas será que o normal deve ser medicado ou anestesiado?!

Enfim... Acredito que seja função dos pais, educadores, pediatras, psicólogos ajudar as pessoas a descobrirem sua forma de interagir com o mundo e serem "ajustados" o suficiente para conseguirem participar da comunidade que os rodeia. No entanto, temos sempre que ter o cuidado de respeitar a individualidade e evitar o conformismo e a "robotização" transformando todas as pessoas em seres iguais...

O caladinho que ouve mais que fala deve, sim, ser estimulado a falar... mas não deixar de ouvir. O introspectivo que tem a habilidade de "entrar para a caverna" e criar dentro de um mundo que só ele vê deve ser encorajado a aprender a interagir, mas não precisa abrir mão desse mundo... E, muitas vezes, se mudarmos a nossa escuta, podemos perceber que às vezes esse outro olhar, essa visão meio "fora do quadrado" tem muito mais a oferecer que nós imaginamos...