domingo, 24 de maio de 2009

Como transportar seu bebê com segurança?



Há consenso de que a melhor forma de transportar bebês seja em cadeiras próprias ou bebê conforto. Estudos mostram que, quando usados corretamente, esses recursos reduzem fatalidades em até 71%.A maneira correta de posicionar o bebê conforto ou cadeirinha no carro até o fim do primeiro ano de vida é virada para trás, com o bebê olhando em direção ao encosto do assento do banco do passageiro. O bebê conforto deve ser preso ao carro com o cinto de segurança. Cada cadeirinha ou bebê conforto tem os locais adequados para encaixar e fixar o cinto do carro.

O bebê deve ser colocado corretamente, com as costas e nádegas encostando-se às costas do assento. Os cintos da cadeirinha ou bebê conforto devem ser fixos e retesados. Quando há "clip" entre os cintos que passam por cima dos ombros do bebê, este deve ser posicionado à altura do peito (não do abdome ou pescoço). Os assentos que possuem ajuste de altura para os cintos são melhores. Idealmente, os cintos saem à altura ou um pouco abaixo dos ombros do bebê. A parte inferior do cinto deve ter distância curta para evitar que o bebê (principalmente os recém nascidos de baixo peso e prematuros) escorregue por baixo do cinto. Uma opção é colocar uma pequena fralda ou manta abaixo das nádegas do bebê para reduzir essa distância.

Os assentos devem ser colocados com um ângulo de aproximadamente 45o de forma que o bebê fique ligeiramente reclinado. Se o assento do carro possuir inclinação que interfira com o ângulo do assento do bebê, uma toalha ou manta pode ser usada abaixo do assento do bebê para adequar o ângulo. O assento de bebê nunca deve ser usado onde há airbag, pois há risco de morte ou lesão grave por causa do impacto do airbag. O lugar mais seguro para o bebê é no banco traseiro.

Estudos mostram a segurança de assentos de carro e bebês conforto em bebês prematuros e de baixo peso, inclusive com peso de aproximadamente 1,5kg. É importante, no entanto, verificar qual o peso que o fabricante do assento especifica para cada modelo. Deve se manter em mente que, apesar de reduzir o risco de impacto e tensão e flexão cervical, os bebês prematuros e baixo peso possuem hipotonia relativa e há um risco de obstrução de vias aéreas quando permanecem na posição semi-reclinada exigida pelos assentos de carro.

Em casos de risco (prematuridade, baixo peso, alteração cardíaca, etc) é interessante conversar com o pediatra antes da alta hospitalar e, caso haja risco, fazer um teste ainda dentro do hospital antes da alta. Alguns autores recomendam que bebês que saem de CTI neonatal sejam monitorados por 1 a 2 horas sentados em seu próprio assento de carro antes de receberem alta. Esse tipo de avaliação (de oxigenação) antes da alta não se aplica a bebês com mais de 2kg e sem prematuridade ou hipotonia por variadas causas. Esses bebês, durante esse período de imaturidade, também estão em risco quando colocados em cadeirinhas de carrinhos, carregadores (tipo mochila ou sling), balanços, etc. É importante lembrar que, mesmo que o bebê nasça prematuro, na medida em que ganha peso e maturidade esse risco passa a ser o mesmo de crianças nascidas a termo.
Quando a cabecinha do bebê - sendo prematuro ou não - está "solta" e o pescoço pende para um ou outro lado é importante firmar o bebê nas laterais do assento. Alguns assentos já vêm, de fábrica, com ajustes para firmar a cabeça e as laterais. Geralmente são ajustes temporários que podem ser retirados à medida que o bebê cresce. Caso o assento não possua tais ajustes, podem ser usadas fraldas ou mantas enroladas de forma a fazer um apoio lateral (semelhante aos "rolinhos" colocados no berço para evitar que o bebê role e mantê-lo fixo na posição lateral).

Alguns estudos sugerem que pode haver piora de algumas condições clínicas (como respiração em prematuros e refluxo em recém nascidos) quando as crianças permanecem por longos períodos no bebê conforto. Sugere-se então que o bebê conforto e assento de carro sejam usados primordialmente para transporte e apenas durante o período necessário ao transporte.

Outras informações em: http://www.criancasegura.org.br/guia_cadeirinha.asp

Fonte: Pediatrics número 123, Maio 2009

Um comentário:

Érica disse...

Muito interessante! Uma informação pouco divulgada é que a posição mais segura para manter uma criança dentro de um carro é a "rear facing", ou seja, com o rosto voltado para trás. Desta forma o seu corpo é sujeito a muito menos impacto durante uma batida. Na Suécia, onde se cumpre essa recomendação, a taxa de mortalidade de crianças por acidente de carro, nesta faixa etária, é a mais baixa do mundo.
Segundo estudos as cadeirinhas voltadas para trás salvam a vida de 9 em cada 10 crianças, em caso de acidente.
No Brasil são muito raras as crianças com mais de 12 meses que viajam com o nível de proteção ideal, até por desconhecimento da importância de continuar a usar a cadeirinha voltada para trás até aos 4 anos para proteger eficazmente a cabeça e o pescoço frágil das crianças.
Além disso é difícil encontrar uma cadeira do Grupo I que possa ser instalada voltada para trás. Eu não sei qual modelo brasileiro pode ser instalado dessa forma. Eu providenciei um modelo americano onde a criança pode ir voltada para trás até os 18kg, que pelo andar da carruagem não deve acontecer com a Iasmin tão cedo... A minha sorte é que ela não reclama.